sexta-feira, 13 de maio de 2011

Opróbrios

A razão tocou-me a porta,
a inconsciencia não atendeu,
o surdo gritou na rua vazia,
o amor gemeu.
enquanto no calor da noite,
o esquizofrenico respondeu:
na ausência dos presentes

Serviu

De hoje em diante
serei escravo de mim mesmo
servindo-me e educando-me
sujando-me e pagando-me

Serei um não-vivo alienado
que gosta da forca, da força
que custa o que custar
não viverá

De ontem em diante
serei o que tiver de ser
fui o que tive de fazer
suando entre os poros do porão
vagando no meio da escuridão

Enclausurado

Mas eu fico nesse quarto
trancado, exilado, alienado
enquanto o mundo
corre entre os semáforos apagados

Ainda fico guardado nessa caixa
que me afaga, enforca, mata, afoga
num surto de dores entre os podres
numa boca que te beija e escarra

Enquanto eu finjo nesse mundo
de passagem num forte dos fortes
entre os muros dos feudos num susto de vozes
que sussurram o odio existente. inerente dos torpes!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Sanctus Secretum

Esse meu amor insano
Sofrido, calado, profano
Te busca com um olhar

Meu coração palpita,
E num grande soluçar
Grita aos surdos o infinito particular

Nos mares por onde andei
Busquei encontrar
Querendo seu amor em alto mar

Entre as matas mais vastas,
As flores mais cálidas,
Sangro de frio e mágoas


Entre o pecado e o sagrado
Esse amor com o qual te amo
Te coloca em um altar

Venha consumir-me,
Quero fugir de todo caos
Torne-me sua, me dê prazer
Livre-me de todo mal